É realmente difícil de acreditar, mas, de forma bastante surpreendente, a água do mar está penetrando no núcleo da Terra.
Mas afinal, como pode um fenômeno tão inesperado assim ocorrer de verdade!?
Graças às novas pesquisas dos cientistas, ficou comprovado que a Terra está literalmente permitindo a passagem de água em seu interior.
Claro que isso não se compara de forma alguma à chuva que, em poucos minutos, se infiltra totalmente no solo.
Contudo, uma parte dessa água de fato consegue se infiltrar até o próprio núcleo do planeta!
A ESTRUTURA INTERNA DA TERRA
A maioria das pessoas passa a maior parte da vida na zona limite das três grandes camadas que envolvem o planeta Terra: a atmosfera, a hidrosfera e a litosfera.
Porém, na prática, quase ninguém utiliza o termo “litosfera” no dia a dia.
Afinal, caminhamos sobre o chão que enxergamos, não pensamos que estamos andando sobre a litosfera.
Mas, se em vez de imaginar o quintal de casa ou as ruas da cidade, passarmos a imaginar o planeta Terra como um todo e quisermos alcançar o centro de sua colossal estrutura, então precisaremos considerar a profundidade de 6378 quilômetros.
É exatamente essa a distância que separa o nível do mar no equador até o centro do planeta.
Já a distância desde o polo até o centro da Terra fica 22 quilômetros menor, chegando a 6356 quilômetros, ao levarmos em conta seu leve achatamento.
De modo geral, o planeta Terra é dividido em três camadas esféricas, cada uma com espessuras bem distintas.
Primeiro, temos a litosfera (ou crosta), que apresenta uma espessura que vai de cerca de 5 a 80 quilômetros.
Em seguida, vem o manto, que pode chegar a aproximadamente 2900 quilômetros de espessura.
Esse manto se subdivide em manto superior e manto inferior, sendo que o primeiro se estende até a zona de transição a 673 quilômetros de profundidade, enquanto o segundo alcança 2900 quilômetros, onde faz contato com o núcleo.
E então chegamos ao núcleo, que possui cerca de 7000 quilômetros de diâmetro.
A CAMADA ESPECIAL ENTRE O NÚCLEO E O MANTO
É justamente essa região do topo do núcleo, ou seja, a parte mais profunda do manto, que chama a atenção dos cientistas por conta de suas características peculiares.
Essa camada foi denominada camada E-prime e foi diferenciada na década de 1990 por geofísicos, que utilizaram métodos de sismologia para identificá-la.
A camada E-prime, cuja espessura é de apenas cerca de 100 quilômetros — extremamente fina em escala planetária — recobre o núcleo externo líquido como se fosse uma faixa.
Ela foi reconhecida como camada E-prime porque a velocidade de propagação das ondas sísmicas ali se diferencia das demais camadas.
Felizmente, até hoje, a origem dessa fina e enigmática camada tem sido alvo de acirrados debates científicos.
Alguns cientistas acreditam que seja resquício de magma altamente rico em ferro, enquanto outro grupo de pesquisadores sustenta que seja matéria infiltrada a partir do núcleo interno.
Há ainda quem especule que isso seria um resquício do imenso cataclismo que originou a Lua, isto é, de um impacto cósmico de proporções gigantescas.
Entretanto, todas essas teorias acabam não resistindo nem mesmo às críticas mais brandas.
Por isso, surgiu recentemente uma hipótese bastante discutida de que, na divisa entre o núcleo e o manto, duas camadas de propriedades físicas contrastantes teriam se chocado.
Em outras palavras, haveria uma colisão entre o núcleo líquido, composto principalmente de ferro e níquel a altíssimas temperaturas, e o manto inferior, aquecido porém ainda em estado sólido.
É justamente essa interação química entre dois ambientes tão diferentes que teria dado origem à camada E-prime, onde minerais contendo água são transportados pela convecção e ali se acumulam.
AINDA ASSIM, A ÁGUA SE INFILTRA ATÉ O CENTRO DA TERRA
Alguns de vocês podem estar se perguntando de que maneira a hipótese sobre a formação de diamantes na camada E-prime se conecta com a teoria de que a água se infiltra até o núcleo da Terra.
A verdade é que existe uma conexão muito direta entre elas.
Foi justamente a análise das impurezas nos diamantes que trouxe clareza para o mecanismo de penetração da água no manto por meio da convecção.
Assim, a ideia de que a água do mar se infiltra até o núcleo terrestre deixou de ser uma mera fantasia para os cientistas.
Os estudiosos desenvolveram um modelo que descreve como a água chega às camadas profundas do planeta.
Mas onde estão as evidências diretas de que fragmentos da crosta alcançam 2900 quilômetros de profundidade?
Afinal, toda hipótese científica só adquire legitimidade quando há provas para sustentá-la.
Além disso, especular uma subducção ainda mais profunda seria algo totalmente descabido.
Isso porque a fronteira entre o núcleo externo e o manto inferior se encontra a 2900 quilômetros de profundidade.
Não há possibilidade de fragmentos rochosos submergirem a profundidades além desse limite.
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